E assim, nasceu a loteria. Através dos pergaminos, as famílias vinham sorteadas e divididas em grupos; cada grupo ficava responsável por hospedar determinados nobres na sua própria casa. Deu-se então, uma corrida contra o tempo para transformar algumas áreas pobres da cidade em zonas nobres: foi criado a Strada Nuova, aonde abrigava algumas das mais importantes famílias da cidade e suas "villa", todas restruturadas pelos melhores arquitetos italianos da época. O primeiro andar ficava a total disposição do hóspede, enquanto que no segundo andar era aonde vivam as famílias.. alguma das casas foram construídas em modo que desse a impressão de ser maior do que realmente são, tudo era feito para atrair hóspedes cada vez mais importantes, porque hospedar alguém de suma importância na época dava um status maior ao sobrenome - brasão da família, o que de fato ocorreu e se imortalizaram até.
Além disso, descobri dos hábitos alimentares bizarros: só comiam carne e comidas de cores claras (e tudo que vinha do alto), porque simbolizavam a pureza, integridade, e também indicava nobreza.. alimentos que vinham de baixo, ou que por algum motivo tocavam a terra não eram nobres o bastante para a elite comer. As castanhas, famosas por aqui, e o pesto eram claramente comida de pobre.. ironia do destino, mas virou o prato mais famoso da região! E os alimentos oriundos do novo mundo por muito tempo eram meros ornamentos.. só depois que passaram a consumir frutas, batata e a beber café.
As tradicionais janelinhas verdes italianas.. o teto na maioria dos prédios genoveses são extremamente alto, assim como as janelas..
Terminei o passeio na rua da minha universidade surpresa ao descobrir que todos os prédios da universidade naquela rua foram antigos Rolli (com exceção da sede, mas que é sempre tombada pelo Unesco). Passo batido por lá e nunca reparei nas plaquinhas vermelhas do lado de fora de cada um.
Interior de um dos prédios da universidade.. faculdade de letras e filosofia, a mais anárquica de todas!!
Ps. curiosidade básica sobre a França, mas direi que vale pra Europa toda da época: é verdade que naquela época não se tomava banho.. as pessoas acreditavam que a água ao te limpar e purificar, te deixaria vunerável às doenças (eram tempos da peste bubônica!!).. tinham um medo enorme de perderem a imunidade por causa da água e por isso banhos eram quase sempre proibidos. Logo, a elite raramente tomava banho e quando um dos seus domésticos o fazia, eles recebiam 1 atestado médico de 1 semana, assim tinham tempo de se "imunizarem" novamente, sem ter medo de adoecer. No entanto, lavavam sempre as mãos e o rosto com lençinhos umedecidos (com as famosas águas de colônia) e os pés em viagens longas. Não existia a concepção de banheiro que temos hoje em dia, na época era nada mais do que um quarto de hóspedes.. só lá pelos 1700 e especialmente em 1800 que o banho e a banheira passaram a ser mais popular, assim como o prazer de um bom banho de água quente (que até então era proibido para as mulheres, porque corriam sério risco de engravidarem, e outras bobagens) . Eram outros tempos, com estranhos costumes e mentalidade completamente diferente.. provavelmente o lado bom disso foi a criação dos perfumes franceses, que não há igual (falo mais pela fixação do que pelas fragrâncias em si)! Agora, esperar que eles continuem com a mentalidade de séculos atrás não dá.. pessoas porquinhas existem em qualquer lugar, não acho que todas elas se concentrem na França ou na Europa (até porque os romanos eram amantes da higiêne e criaram as famosas termas, tomavam banho todo o dia e tinham horror a pessoas fedorentas).
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